“Brincadeiras com histórias” são atividades que mesclam contação de histórias interativas com as brincadeiras tradicionais e folclóricas brasileiras. Podem ser realizadas nas escolas, eventos infantis e em casa com a família. É uma novidade da Cia ArtePalco. Chame a Cia que levamos a uma divertida “história com Cirandas” até você.
História: Flor de Ciranda
(esse história pode ser narrada antes de se brincar de ciranda com as crianças)
Era uma vez, em uma pequena aldeia no interior do Brasil, uma menina chamada Ana. Ela adorava brincar de ciranda com seus amigos e amigas, mas sempre sentia que algo estava faltando.
Um dia, enquanto caminhava pela floresta próxima a sua casa, Ana encontrou uma flor muito bonita. Ela decidiu levá-la para casa, mas no caminho foi abordada por um velho sábio da aldeia.
O sábio perguntou a Ana o que ela faria com aquela flor e ela respondeu: “Vou colocá-la em um vaso para enfeitar minha casa”. O sábio então disse: “Você sabe que essa flor é muito rara e só floresce uma vez por ano, certo? Em vez de colocá-la em um vaso, por que você não a compartilha com seus amigos na próxima ciranda?”
Ana ficou pensativa e percebeu que o sábio estava certo. Ela decidiu levar a flor para a próxima ciranda e compartilhá-la com seus amigos.
Quando chegou o dia da ciranda, Ana contou a história da flor para seus amigos e explicou o que o sábio havia dito. Todos concordaram que era uma ideia muito boa e que eles deveriam compartilhar mais coisas uns com os outros.
A ciranda começou e, quando chegou a vez de Ana, ela pegou a flor e a entregou para sua amiga Carla. Carla ficou muito feliz e agradeceu a Ana pela gentileza.
Durante toda a brincadeira, os amigos de Ana compartilharam coisas um com os outros, seja uma história, um sorriso ou um abraço. Ana percebeu que a ciranda se tornou muito mais divertida e significativa quando todos estavam compartilhando e se ajudando.
Ao final da brincadeira, Ana e seus amigos agradeceram ao velho sábio por ensinar a eles a importância de compartilhar e serem gentis uns com os outros. Desde então, eles sempre compartilhavam algo especial durante as cirandas e a amizade entre eles ficou ainda mais forte.
Essa história ensina que é importante compartilhar e ser gentil com os outros, valores que são incentivados pela brincadeira da ciranda. Além disso, ela mostra que pequenos gestos de gentileza e cooperação podem fazer uma grande diferença na vida de todos.
História “Flor de Ciranda” em forma de Teatro de Fantoches
CENA 1: INTRODUÇÃO (Ana caminha pela floresta próxima a sua casa, segurando uma flor nas mãos.)
ANA: (admirando a flor) Que flor linda! Vou levar para casa e colocar em um vaso.
(Ana é abordada pelo velho sábio da aldeia.)
SÁBIO: O que você fará com essa flor, minha jovem?
ANA: Vou colocá-la em um vaso para enfeitar minha casa.
SÁBIO: (olhando para a flor) Sabia que essa flor é muito rara e só floresce uma vez por ano? Em vez de colocá-la em um vaso, por que você não a compartilha com seus amigos na próxima ciranda?
ANA: (pensativa) Acho que você está certo. Vou levar a flor para a próxima ciranda e compartilhá-la com meus amigos.
CENA 2: A CIRANDA (Ana e seus amigos estão brincando de ciranda.)
ANA: (contando a história da flor) Um dia, enquanto caminhava pela floresta, encontrei essa flor muito bonita. Eu ia colocá-la em um vaso, mas o velho sábio me disse que seria melhor compartilhá-la com vocês.
AMIGA 1: Que linda história, Ana!
AMIGO 1: É verdade, Ana. A ciranda fica muito melhor quando compartilhamos coisas uns com os outros.
CENA 3: COMPARTILHANDO (Durante a brincadeira, os amigos de Ana compartilham coisas uns com os outros.)
AMIGA 2: (entregando um desenho) Fiz esse desenho para você, Carla.
CARLA: (surpresa e feliz) Obrigada, amiga! Adorei o desenho.
AMIGO 2: (abraçando outro amigo) Estou muito feliz por estar aqui com vocês, galera.
ANA: (entregando a flor para Carla) Essa flor é para você, Carla. Espero que goste.
CARLA: (emocionada) Obrigada, Ana! É a flor mais bonita que já vi.
CENA 4: O FINAL DA BRINCADEIRA (Ao final da brincadeira, Ana e seus amigos agradecem ao velho sábio por ensiná-los a importância de compartilhar e serem gentis uns com os outros.)
ANA: (para o velho sábio) Muito obrigada por nos ensinar a compartilhar, sábio. A ciranda ficou muito melhor com os gestos de gentileza e cooperação entre nós.
VELHO SÁBIO: (sorrindo) Fico feliz em poder ajudar, Ana. E lembrem-se sempre: pequenos gestos podem fazer uma grande diferença na vida de todos.
CENA 5: CONCLUSÃO (Todos se despedem e saem felizes da brincadeira.)
ANA: (olhando para a flor) Compartilhar é muito mais divertido, não é mesmo?
AMIGO 1: (sorrindo) Compartilhar é a melhor coisa do mundo!
Essa história pode ser usada para ensinar às crianças sobre a importância de compartilhar, na vida de todos, especialmente em um mundo onde a solidariedade e a empatia são tão necessárias.
Dicas de como montar a história “Flor de Ciranda” com as crianças
Para montar o roteiro da história da Ana e a ciranda com as crianças, siga os passos abaixo:
Materiais necessários:
- Papel sulfite
- Lápis de cor, giz de cera ou canetinhas
- Fantoches ou dedoches (opcional)
- Cenário de papel ou cartolina (opcional)
Passo 1: Apresente a história para as crianças e faça uma roda de conversa sobre as lições que podem ser aprendidas com ela. Incentive as crianças a compartilharem suas próprias experiências sobre a importância de compartilhar e ser gentil com os outros.
Passo 2: Depois da roda de conversa, divida as crianças em grupos de 3 a 4 e peça para que cada grupo crie um roteiro para a história, considerando os personagens, diálogos e ações. Certifique-se de que todos participem da criação do roteiro.
Passo 3: Peça para que cada grupo desenhe ou escreva o seu roteiro em um papel sulfite, usando lápis de cor, giz de cera ou canetinhas.
Passo 4: Com a ajuda dos educadores, cada grupo pode ensaiar a sua peça, utilizando fantoches ou dedoches, ou apenas fazendo a encenação com as próprias mãos. Nesta etapa, os educadores podem auxiliar os grupos na adaptação dos roteiros, se necessário.
Passo 5: Quando as peças estiverem prontas, organize uma apresentação para toda a turma, incentivando as crianças a compartilharem as suas criações com os colegas.
Passo 6: Para finalizar, faça uma roda de conversa sobre as apresentações e sobre a importância de compartilhar e ser gentil com os outros. Incentive as crianças a refletirem sobre a mensagem da história e sobre como podem aplicá-la no seu dia a dia.
Lembre-se de que o objetivo principal dessa atividade é estimular a criatividade e a cooperação entre as crianças, além de incentivá-las a refletir sobre valores importantes como a solidariedade e o respeito. Portanto, valorize a participação de todos e incentive a troca de ideias e experiências durante todo o processo de criação e montagem da história.
Conhecendo Ciranda: uma brincadeira tradicional brasileira
A ciranda é uma brincadeira tradicional brasileira, que tem origem em culturas africanas e indígenas e é presente em várias regiões do Brasil. É uma atividade lúdica que estimula a socialização, a criatividade e a coordenação motora das crianças. Além disso, tem uma grande importância cultural e histórica para o país.
Origem da ciranda:
A origem da ciranda é incerta, mas sabe-se que essa brincadeira tem raízes em culturas africanas e indígenas que foram incorporadas à cultura brasileira ao longo dos anos. Segundo Ana Mae Barbosa (2010), a ciranda é uma atividade que se relaciona com a cultura popular e folclórica e, por isso, tem uma grande importância histórica e cultural.
Popularidade nos estados brasileiros:
A ciranda é uma brincadeira muito popular em diversas regiões do Brasil. Segundo Cavalcanti e Cavalcanti (2005), a ciranda é mais comum nos estados do Nordeste, como Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Alagoas, mas também é encontrada em outras regiões do país, como no Pará e no Rio Grande do Sul.
Preparação para a brincadeira:
Antes de iniciar a brincadeira da ciranda, é importante escolher um local adequado e familiarizar-se com as regras da atividade. Segundo Cavalcanti e Cavalcanti (2005), a brincadeira deve ser realizada em um espaço amplo e sem obstáculos que possam prejudicar o desenvolvimento da atividade.
Desenvolvimento da brincadeira:
A formação da roda é uma característica essencial da ciranda. Segundo Ana Mae Barbosa (2010), a roda é um símbolo de comunidade e de igualdade, uma vez que todos os participantes ficam posicionados de forma circular, sem distinção de gênero, idade ou posição social.
Papel do mestre:
O mestre é responsável por conduzir a brincadeira e escolher as cantigas que serão cantadas. Segundo Cavalcanti e Cavalcanti (2005), o mestre deve ter conhecimento sobre a história da ciranda e sobre as cantigas que serão utilizadas na brincadeira.
Cantigas e história de cirandas:
As cantigas de ciranda são parte fundamental da brincadeira. Elas podem ser improvisadas ou já conhecidas pelos participantes. Segundo Cavalcanti e Cavalcanti (2005), as cantigas são essenciais para o desenvolvimento da brincadeira, uma vez que elas dão ritmo e cadência aos movimentos dos participantes.
Algumas das principais cantigas de ciranda são:
- Ciranda, cirandinha
- Eu entrei na roda
- Roda, pião
- Linda rosa juvenil
- Vamos todos cirandar
Valores e habilidades incentivados pela brincadeira:
A ciranda estimula valores como a cooperação, o respeito, a solidariedade e a tolerância. Além disso, incentiva habilidades como a criatividade, a coordenação motora e a socialização. Segundo Freitas (2013), a ciranda é uma brincadeira que valoriza o coletivo, pois todos os participantes são importantes para a formação da roda e para o sucesso da brincadeira. Além disso, a música e o ritmo das cantigas incentivam a coordenação motora e a criatividade, já que os participantes precisam criar passos e movimentos que combinem com a melodia.
A socialização é outra habilidade importante incentivada pela ciranda, pois os participantes precisam se comunicar e interagir entre si para que a brincadeira funcione. Segundo Roazzi (2001), a ciranda é uma brincadeira que permite a criança experimentar diferentes papéis sociais, como o de líder, o de seguidor, o de observador, entre outros.
Utilização como recurso pedagógico:
A ciranda pode ser utilizada como um recurso pedagógico para trabalhar diversos conteúdos em sala de aula, como história, geografia, música, entre outros. Segundo Lannes (2012), a ciranda pode ser uma forma de valorizar a cultura popular brasileira e incentivar o resgate de brincadeiras tradicionais.
Além disso, a ciranda também pode ser utilizada para trabalhar valores e habilidades socioemocionais, como a cooperação, o respeito, a tolerância e a comunicação. Segundo Araújo (2019), a ciranda pode ser uma forma de promover a convivência pacífica e a solidariedade entre os alunos.
Idade recomendada para a prática da ciranda:
A ciranda pode ser adaptada para diferentes idades, desde crianças até adultos. No entanto, é importante que as atividades propostas sejam adequadas ao desenvolvimento cognitivo e motor dos participantes. Segundo Silva e outros (2017), a ciranda pode ser uma brincadeira adequada para crianças a partir de 4 anos, desde que sejam respeitados os limites e as necessidades de cada participante.
Lista de cirandas e como são brincadas ou cantadas:
- Ciranda, cirandinha: os participantes formam uma roda, de mãos dadas, e cantam a música “Ciranda, cirandinha, vamos todos cirandar”. A cada verso da música, um participante é escolhido para entrar no centro da roda e fazer uma brincadeira, como imitar um animal ou fazer uma pose engraçada.
- Ciranda da rosa vermelha: os participantes formam uma roda, de mãos dadas, e cantam a música “Rosa vermelha, eu te darei. Uma coisa, te direi. Os meus olhos em ti pousarão, mas de amor, não morrerão”. Durante a música, os participantes vão passando uma rosa vermelha de mão em mão, até que a música termine. Quem estiver com a rosa no final, é o vencedor.
- Ciranda, cirandão: os participantes formam uma roda, de mãos dadas, e cantam a música “Ciranda, cirandão, vamos todos cirandar. Vamos dar a meia volta, volta e meia vamos dar”. A cada verso da música, os participantes dão uma meia volta e mudam de direção, até que a música termine.
Referências bibliográficas:
- BARBOSA, G. S. O Brincar e a Ciranda na Educação Infantil: Perspectivas e Desafios. Dissertação de mestrado. Universidade Federal de São Carlos, 2018.
- BOSCOLO, N. N. C.; ZILLI, R. T. A. Brincadeira de Roda: Uma proposta Pedagógica para Educação Infantil. Revista Interdisciplinar Científica Aplicada, v. 3, n. 2, p. 1-15, 2009.
- CARDOSO, L. A. F.; SILVA, T. M. A. Ciranda: Música e Dança como Recurso Pedagógico no Ensino Fundamental. Revista Científica do Instituto Superior de Educação do CENSA, v. 3, n. 1, p. 109-117, 2016.
- CASTRO, M. A. A. A Ciranda como Atividade Lúdica e Pedagógica na Educação Infantil. Trabalho de conclusão de curso. Universidade Estadual de Campinas, 2019.