
A maioria das contações de histórias é realizada em salões, anfiteatros, pátios e salas de aula no formato retangular. Algumas vezes as crianças se sentam no chão, outras nas cadeiras escolares, ou bancos. Esse formato aproveita mais o espaço e compacta os ouvintes, com mais crianças num espaço menor. As crianças ficam em distâncias diferentes do narrador e ouvem e percebem os recursos de forma diferentes.
Esse formato é uma variação do “Palco Italiano”, principal “layout” da maioria dos espaços dedicados a apresentações em escolas e espaços culturais dedicados às artes cênicas no ocidente. Nesse tipo de “palco”, ou espaço retangular, o limite entre a plateia e o espaço cênico em que o narrador atua é considerado “quarta parede” no teatro convencional, em que a plateia é na maioria das peças teatrais, mero espectador, sem interação com os atores. O elenco apresenta a história e considera a “quarta parede” como se fosse uma tela de cinema, ou televisão, atuando de forma que todos ouçam e vejam as cenas e intenções, porém, não necessariamente, com exceções, interagindo, conversando ou sendo interpelados pela plateia.
No “palco italiano”, quando o espetáculo é destinado às crianças, essa quarta parede é intencionalmente quebrada em grande parte dos espetáculos, interagindo e “invadindo” o espaço dos ouvintes.
No caso das contações de história em formatos retangulares, as crianças ficam imediatamente a frente do contador de histórias, não rara vezes no mesmo nível, ou quando possível, o contador fica sobre num “elevado” (palco, tablado). Em escolas e espaços alternativos (não adaptados para plateia), as crianças geralmente se sentam no chão, o que deixa o narrador num plano mais elevado. Essa forma de contar necessita de muitos recursos, tanto performáticos, quando materiais, pois as crianças “concorrem” entre si para saber/adivinhar/acertar/participar da história, mas estão desigualmente distribuídas no espaço (umas mais próximas, outras mais distantes, outras envolvidas por crianças maiores, entre outras situações).
Assim, a improvisação, as respostas e saídas rápidas, os matérias de cena, a impostação e inflexão vocal é que irão dar o ritmo e controlar a atenção e interesse das crianças (tal prática será objetivo de um curso presencial). A dinâmica é essencial nesse formato, pois muitas interrupções da plateia irão acontecer e, se o contador não tiver “recursos” as crianças tomarão conta do espaço e do momento. Quando isso acontece, o narrador inexperiente solicita “silêncio” das crianças, quebrando a estrutura da narrativa.
Ao final da aula, mais informações para a criação do plano de uma contação de história. Os detalhes, tais como texto, formato e como enviar para sua avaliação final estarão na “rota de aprendizagem” .(os exercícios, plano de aula e vídeos são exclusivos para alunos do curso.)
O Artigo acima faz parte integral do “Curso de Contação de Histórias” da Cia ArtePalco. Não pode ser reproduzido, copiado, ou utilizado sem prévia autorização.
INSCREVA-SE: Se deseja participar do curso, inscreva-se em aqui.