
Nos principais grupos étnicos antigos do oriente e ocidente, do novo mundo e do velho mundo, as crenças e sociedade eram baseadas em ritos e o papel que cada membro ocupava na hierarquia do conhecimento e do sagrado.
Para que um membro alcançasse algum “status” social, ou sagrado em particular, os ritos de passagem eram necessários e grandemente esperados. Através de rituais, a comunidade se unia e mantinha uma vibração uníssona para a execução de gestos, cânticos e ações. Sem querer adentrar no estudo dos ritos, sua importância, necessidade, justificativas e aprovações éticas, morais e humanistas para a civilização contemporânea, vou abordar o “rito” como um conjunto de hábitos, procedimentos e repetições que podemos fazer com a finalidade ´nica de mergulhar na contação de história. Vou propor a divisão do rito em três formas:
- Rito para preparação;
- Rito para recepção;
- Rito para encerramento*.
Cada tipo de ritual terá um caráter específico e não necessariamente precisam ser realizados conjuntamente. Nesse momento do estudo, realizar ao menos um dos ritos seria uma forma de enriquecer a experiência do aluno contador de história. Logicamente não precisa ser incorporado pelo narrador, ou pode sofrer modificações ao longo da sua trajetória.
Rito de Preparação
O ritual de preparação, como o nome já revela, é o conjunto de ações realizadas antes da contação de história. A preparação se aplica tanto às crianças quanto ao contador de histórias.
A Preparação das crianças: nem sempre o narrador terá a chance de colaborar com a preparação das crianças antes da contação. Caso tenha acesso, pode sugerir:
- Conversa sobre o autor;
- Trabalhos manuais com sobre os personagens;
- Passeios temáticos sobre a história;
- Oficina de sensações com elementos da contação.
Haverá tantas possibilidades quanto o número e formatos de histórias. Então, as atividades, que serão os rituais das crianças podem ser personalizadas de acordo com cada história. Ficará a cargo dos educadores das crianças e de uma proposta do narrador, caso seja possível esse contato prévio.
Rito para Recepção
No caso das crianças, o “prólogo” já será o rito receptivo. O contador poderá usar a música de entrada com um ritual, mas a proposta é um ritual pessoal pré-narrativa.
Criar um procedimento para a preparação do material que usará, desde sua separação em casa, ou local onde os guarda, até a sua organização no espaço cênico ajudará muito na concentração.
Para os momentos que antecedem a apresentação, um aquecimento corporal e vocal (tratarei desse e outros temas no curso “A Preparação do Contador de Histórias”), juntamente com uma dinâmica criada unicamente para o foco e o mergulho no ato de contação de história será o ritual do contador. Muitas vezes, várias tentativas e experimentações serão necessárias para estabelecer um ritual que seja perfeita para si.
*Os ritos para encerramento irei tratar na última aula do curso.
Ao final da aula, mais informações para a criação do plano de uma contação de história. Os detalhes, tais como texto, formato e como enviar para sua avaliação final estarão na “rota de aprendizagem” .(os exercícios, plano de aula e vídeos são exclusivos para alunos do curso.)
O Artigo acima faz parte integral do “Curso de Contação de Histórias” da Cia ArtePalco. Não pode ser reproduzido, copiado, ou utilizado sem prévia autorização.
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